O entrevistado da vez é o Marcos Antonio Soares de Andrade Filho.
Marcos Antonio Soares de Andrade Filho é Professor Substituto no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), atuando nos Ensinos Superior, Médio-Técnico e Médio Subsequente na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa). Professor Tutor e Mediador da Graduação no Núcleo de Educação a Distância (NEAD) do Centro Universitário de Vitória de Santo Antão (UNIVISA). Professor Formador e Instrutor de Inteligência Artificial Educacional do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) do SENAC-PE. Engenheiro de Prompts da Pembroke Collins (Deerfield Beach, FL, EUA), contribuindo para a integração ética e inovadora de Inteligência Artificial na educação. Mestrando em Educação com ênfase em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), bolsista da Fundação Universitária Iberoamericana. Especialista em Letras: Português e Literatura, Estudos Linguísticos e Literários, e Literatura, Cultura e Ensino da Arte. Coordenador de GTs CAEDuca e CAED-Jus desde 2023, parecerista de periódicos nacionais e internacionais; cofundador e mentor da Academia de Inteligência Artificial para Pesquisadores. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3126687554034859.
Membro ativo da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia de Letras e Artes do Paulista (ALAP). Autor premiado com o Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras e a Medalha Maura de Sena Pereira da UBE-RJ. Idealizador e cofundador do ecossistema educacional digital SuperApprova.
Nesse momento, coordenador do GT ESPECIAL: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA PESQUISA E ENSINO.
Confira a entrevista:
1) Quais foram as principais influências ou experiências que moldaram sua abordagem acadêmica até hoje?
Minha formação acadêmica é alicerçada na interseção entre linguagens, literatura e tecnologia. Desde cedo, fui imerso no universo literário, o que despertou minha paixão pela escrita criativa. Ao longo de 23 anos como professor de Linguagens e Arte, desenvolvi uma visão crítica sobre o papel da educação na sociedade. Minha incursão no campo das TICs e metodologias ativas, culminando no mestrado em Educação com ênfase em TICs, ampliou minha perspectiva sobre a transformação digital no ensino. O advento da popularização das IAs Generativas LLMs baseadas em Processamento de Linguagem Natural entre os anos de 2021 e 2022, ainda no contexto pandêmico (Covid-19), despertaram meu interesse de estudioso da Linguagem pela Linguística Computacional e a Engenharia de Prompts, bem como a aplicabilidade das IAs na Educação e na Pesquisa. Essas experiências convergiram para uma abordagem acadêmica que busca integrar inovação tecnológica com práticas pedagógicas tradicionais e com as Metodologias Ativas, visando à construção de um conhecimento mais acessível e relevante.
2) Como a sua experiência acadêmica prévia contribui para a sua visão sobre os desafios e oportunidades do seu GT no CAED-Jus?
Minha trajetória acadêmica, que abrange desde a docência em Literatura até a especialização em TICs aplicadas à educação, proporciona uma visão holística dos desafios enfrentados nos Grupos de Trabalho (GTs) que venho coordenando nos últimos anos tanto no CAED-Jus quanto no CAEDuca. Como mencionei na questão anterior, foi a possibilidade de interação com as IAs por meio da Linguagem que me aproximou definitivamente dessa interface com a tecnologia. Ademais, minha experiência com metodologias ativas e a aplicação de IA na educação e na pesquisa destacam a necessidade de um equilíbrio entre inovação tecnológica e a preservação de valores éticos nas diversas áreas do conhecimento, inclusive no Direito e na Educação. Vejo oportunidades de explorar como a IA pode aprimorar processos jurídicos sem comprometer a justiça e a equidade, promovendo um ambiente educacional mais integrado e tecnologicamente avançado, bem como potencialidades interessantes no ensino e na pesquisa não apenas em Ciências Jurídicas, mas também nas mais diversas áreas.
3) Como você enxerga o papel do CAED-Jus na formação de novos profissionais do direito e em outras áreas interdisciplinares?
O CAED-Jus desempenha um papel fundamental na formação de profissionais capazes de navegar pela complexidade do mundo jurídico contemporâneo. Ao promover a interdisciplinaridade, o congresso permite que estudantes e profissionais integrem conhecimentos de áreas como educação, tecnologia e direito, preparando-os para os desafios de um mercado em constante evolução. Essa abordagem integrada é essencial para a formação de líderes que possam aplicar soluções inovadoras e éticas em contextos jurídicos e educacionais.
4) A temática do seu GT é fundamental para pensar o direito de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da sua temática?
O principal desafio, no caso específico dos operadores do Direito – mas, creio que não seja muito diferente nas demais áreas, como na Educação, por exemplo – reside na harmonização entre a rápida evolução tecnológica e a necessidade de regulamentações jurídicas que assegurem direitos fundamentais. A integração de IA no direito exige a criação de marcos legais que acompanhem a inovação sem sufocar o potencial transformador da tecnologia. Além disso, é crucial abordar questões éticas relacionadas ao uso de IA, garantindo que sua aplicação no direito seja transparente, justa e beneficie a sociedade como um todo.
5) De que maneira você acha que sua área de pesquisa pode impactar a transformação ou inovação no campo jurídico, especialmente em termos interdisciplinares?
Minha área de pesquisa foca na aplicação ética e inovadora de IA na educação. Ao desenvolver metodologias que utilizam IA para personalizar a aprendizagem e otimizar processos educacionais escolares e não escolares, busco transformar a maneira como interagimos com o conhecimento e a rotina pedagógica e administrativa nos diversos ramos da Educação. Como a Educação é fundamentalmente inter e transdisciplinar, essa abordagem pode levar à criação de sistemas mais eficientes e acessíveis em tudo o que se ensina e se aprende (o que inclui o Direito, é claro!), além de promover uma educação mais adaptativa e centrada no aluno, alinhada às demandas do século XXI.
6) Quais recursos ou estratégias você utilizou para manter-se atualizado(a) e relevante dentro da sua área de pesquisa?
Adoto uma estratégia de aprendizado contínuo que inclui a participação em cursos especializados de aperfeiçoamento, como o Pré-MBA em Inteligência Artificial para Negócios pela Faculdade Exame e a extensão universitária em IA Generativa em Marketing pela FEAC/USP, bem como o Mestrado em TICs. Além disso, mantenho uma rede de colaboração com profissionais e acadêmicos de diversas partes do mundo, o que permite a troca de ideias e a atualização constante sobre as tendências emergentes. A publicação regular de artigos e a participação em eventos acadêmicos e profissionais também são fundamentais para minha atualização e relevância na área.
7) Para quem está começando a se envolver com projetos interdisciplinares, qual habilidade você acredita ser essencial para o sucesso nesse tipo de iniciativa?
A habilidade essencial é, sem dúvida, a capacidade de comunicação eficaz e transversal. Em projetos interdisciplinares, não basta apenas entender e transmitir conceitos técnicos com clareza. É preciso desenvolver uma escuta ativa, empática e estratégica, compreendendo profundamente as diferentes linguagens e abordagens metodológicas das áreas envolvidas. O diálogo interdisciplinar exige também a capacidade de síntese criativa, permitindo integrar saberes diversos em soluções disruptivas e inovadoras, superando os limites convencionais das disciplinas isoladas. Além disso, a humildade intelectual para reconhecer as próprias lacunas e buscar continuamente novas aprendizagens com colegas especialistas em outras áreas é determinante. Em última análise, é fundamental cultivar uma mentalidade colaborativa e aberta à experimentação constante, valorizando o processo coletivo de construção do conhecimento.
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