A entrevistada da vez é Giovanna Migliori Semeraro.
Giovanna Migliori Semeraro é Doutoranda em Direito e Desenvolvimento pela Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), beneficiária da Bolsa Mário Henrique Simonsen de Ensino e Pesquisa (FGV) e da bolsa CAPES-PROSUP. Mestre em Filosofia Teoria Geral Direito pela Universidade de São Paulo (2017). Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012), agraciada com Menção Honrosa.
Coordenadora Adjunta do Grupo de Estudos Avançados em Criminologia do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais de São Paulo (IBCCRIM/SP). Integrante do Projeto de Extensão de Apoio a Refugiados (PEAR) da FGV-SP.
Nesse momento também é coordenadora do GT: 9 – Teorias, Interdisciplinaridade e Pesquisas Empíricas.
Confira a entrevista:
1) Você foi selecionado(a) para coordenar um dos Grupos de Trabalho do CAED-Jus. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até esta seleção.
Durante minha graduação em direito, eu trabalhava em um escritório de grande porte, mas sentia que aquela vida de advogada não era para mim. Pedi demissão, e fui fazer meu TCC na área que mais me apaixonava: filosofia do direito. Emendei um mestrado, e, na sequência, ministrei aulas numa faculdade privada. Demorei a voltar ao doutorado – a experiência do mestrado deixou marcas em mim, o ambiente acadêmico nem sempre é tranquilo. Mas eu sabia que voltaria – e, de fato voltei. Estou, no momento, na jornada de terminar a tese!
2) O que mais lhe chamou atenção no CAED-Jus?
O evento é uma enorme oportunidade para compartilhar experiências e debater ideias. Uma chance de receber feedbacks construtivos de uma profusão de profissionais especializados, além de estabelecer conexões e colaborações futuras. Estou animada com a perspectiva de conhecer colegas de diferentes esferas do direito e regiões do país. Acredito que a diversidade de perspectivas representada no CAED-JUS enriquecerá as discussões e contribuirá para uma experiência verdadeiramente enriquecedora e inspiradora. Por fim, é animadora a perspectiva de contribuir com o avanço dos estudos no direito, e para a construção de uma comunidade acadêmica mais colaborativa e inclusiva.
3) A temática do seu GT é fundamental para pensar o direito de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da sua temática?
O GT se debruça sobre o tema da relação entre teoria, empiria e interdisciplinaridade. De um lado, pesquisadores do direito mais voltados à teoria apresentam grande ansiedade com a empiria, os empiristas do direito se inquietam com a tarefa de pensar quadros teóricos para suas descobertas. De pano de fundo, a interdisciplinaridade perpassa qualquer inquietação advinda do direito que não parta de pressuposto puramente positivo-dogmáticos. A navegação sobre os três pontos pode ser difícil – mas mares calmos não fazem bons navegadores. O GT é uma oportunidade excelente para que os diferentes pesquisadores do direito se conversarem – o que é raro.
4) Bom, outras pessoas vão se espelhar em você para participarem das próximas iniciativas do CAED-Jus. Que outras dicas você daria para que possam produzir textos de qualidade e inovadores?
Uma pergunta de pesquisa bem delimitada é essencial – e, da pergunta vem o método. Estudos em direito, mesmo que puramente teóricos, dificilmente debruçam-se sobre questões metodológicas. Estimulo aqueles que estão pensando suas pesquisas a pensarem exaustivamente sobre a forma como sua inquietação foi formulada, e no “como” se pretende resolve-la.
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A propósito, você já submeteu seu trabalho ao próximo evento do CAED-Jus? Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.eventoscaedjus.com/caedjus-site e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria. Aproveite esta oportunidade!
