A entrevistada da vez é Débora Karpowicz.
Débora Karpowicz é Doutora, mestre e licenciada em História pela PUCRS (2008-2017). Pedagoga e especialista em Educação à Distância (2020). Socióloga (2022). É professora de graduação, mestrado e doutorado. Suas áreas de investigação são: Ensino de História; Gênero; Políticas Afirmativas; Etnicidade; Formação de Professores; História da Educação.
Nesse momento também é coordenadora do GT Especial: DIREITO À EDUCAÇÃO: INTERSECCIONALIDADES, DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS.
Confira a entrevista:
1) Quais foram as principais influências ou experiências que moldaram sua abordagem acadêmica até hoje?
Minha abordagem acadêmica é moldada pela minha formação interdisciplinar em História, Sociologia e Educação, além da experiência internacional em pesquisa, especialmente em acervos de Portugal e França. A prática como educadora e pesquisadora, com foco em formar professores críticos, é fundamental em meu trabalho. A pesquisa em temas de identidade, gênero, raça e diversidade reflete meu compromisso com justiça social e inclusão. Também busco liderar projetos interdisciplinares, como o estudo de livros didáticos, para promover uma história plural e transformadora.
2) Como a sua experiência acadêmica prévia contribui para a sua visão sobre os desafios e oportunidades do seu GT no CAED-Jus?
Minha experiência acadêmica prévia, que abrange uma sólida formação em História, Sociologia e Educação à Distância, além da minha pesquisa contínua sobre temas de gênero, “raça”, etnicidade e direitos humanos, contribui diretamente para minha visão sobre os desafios e oportunidades do GT “Direito à Educação: Interseccionalidades, Direitos Humanos e Políticas Públicas”. Os desafios que enfrentamos incluem a necessidade de uma abordagem integrada que considere as diversas dimensões das desigualdades e a complexidade das políticas educacionais. Contudo, vejo grandes oportunidades para fomentar um diálogo interseccional, propondo soluções que articulem teoria e prática, e que busquem uma educação inclusiva, equitativa e transformadora para todos. A experiência de liderança em projetos interdisciplinares também me permite trazer uma visão crítica e colaborativa para o GT.
3) Como você enxerga o papel do CAED-Jus na formação de novos profissionais do direito e em outras áreas interdisciplinares??
Enxergo o papel do CAED-Jus como fundamental na formação de novos profissionais, tanto do direito quanto de outras áreas interdisciplinares, pois oferece um espaço crucial para o debate e a reflexão sobre temas contemporâneos e urgentes, como direitos humanos, políticas públicas e interseccionalidade. Ao promover discussões que integraram diferentes perspectivas acadêmicas e práticas, o CAED-Jus proporciona aos participantes uma visão holística e crítica, essencial para a formação de profissionais comprometidos com a justiça social e com a promoção de uma educação inclusiva. Além disso, sua abordagem interprofissional contribui para a construção de soluções mais eficazes e integradas para os desafios sociais e jurídicos atuais.
4) A temática do seu GT é fundamental para pensar o direito de maneira interdisciplinar. O que você concebe como principal desafio da sua temática?
O principal desafio da temática do meu GT, que aborda o direito à educação a partir de uma perspectiva interseccional, é justamente a complexidade de integrar as diversas dimensões das desigualdades sociais. Ao considerar as interseções entre gênero, “raça”, classe social e outras formas de discriminação, é essencial superar as visões fragmentadas que muitas vezes dominam os debates sobre políticas públicas e direitos humanos. A tarefa de construir uma abordagem que seja simultaneamente crítica, inclusiva e prática, capaz de atender às realidades diversas dos grupos marginalizados, é um grande desafio. No entanto, acredito que este é também o caminho para promover uma educação mais justa e transformadora.
5) De que maneira você acha que sua área de pesquisa pode impactar a transformação ou inovação no campo jurídico, especialmente em termos interdisciplinares?
A minha área de pesquisa, que explora temas como direitos humanos, gênero, “raça”, etnicidade e educação, pode impactar significativamente a transformação e inovação no campo jurídico, especialmente de maneira interdisciplinar, ao trazer novas perspectivas sobre a aplicação do direito. Ao integrar a análise histórica, sociológica e educacional, é possível questionar as estruturas jurídicas tradicionais e propor soluções que considerem as realidades diversas e as múltiplas formas de opressão enfrentadas pelos grupos marginalizados. Essa abordagem permite a construção de um direito mais inclusivo, que reconhece e busca corrigir as desigualdades sociais de forma mais eficaz, respeitando a complexidade das experiências humanas e promovendo um impacto social real.
6) Quais recursos ou estratégias você utilizou para manter-se atualizado(a) e relevante dentro da sua área de pesquisa?
Para me manter atualizada e relevante dentro da minha área de pesquisa, utilizo uma combinação de recursos e estratégias. Primeiramente, participo de congressos e eventos acadêmicos, como o CAED-Jus, que me permitem interagir com outros pesquisadores e profissionais, além de aprofundar meu entendimento sobre questões emergentes. Também invisto na leitura contínua de artigos, livros e relatórios de pesquisa, especialmente aqueles de fontes internacionais, para acompanhar as inovações teóricas e metodológicas. A colaboração com outros pesquisadores em projetos interdisciplinares e o acompanhamento de grupos de pesquisa me permite compartilhar conhecimentos e enriquecer minha própria investigação. Além disso, mantenho contato com as práticas educacionais, buscando sempre uma conexão entre a teoria e a realidade social e jurídica.
7) Para quem está começando a se envolver com projetos interdisciplinares, qual habilidade você acredita ser essencial para o sucesso nesse tipo de iniciativa?
Para quem está começando a se envolver com projetos interdisciplinares, acredito que a habilidade essencial para o sucesso é a capacidade de comunicação e colaboração eficazes. Trabalhar de maneira interdisciplinar exige não apenas o domínio da própria área de conhecimento, mas também a habilidade de dialogar com profissionais de diferentes campos, respeitando e integrando diferentes perspectivas. Isso envolve ouvir ativamente, expressar ideias de forma clara e ser flexível nas abordagens. Além disso, a disposição para aprender com as diferentes áreas e a capacidade de construir uma visão integrada do problema são fundamentais para o desenvolvimento de soluções inovadoras e para o sucesso de projetos interdisciplinares.
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