Ninguém quer ser vítima de qualquer tipo de falha de comunicação em suas relações, não é mesmo? Ainda mais com o próprio orientador, com quem se estará por um determinado período (pelo menos 2 anos em se tratando do mestrado e 4 de doutorado).
Isso porque a relação orientador-orientando influencia diretamente a produção da dissertação ou da tese. Cabe ao orientador formar o futuro pesquisador e auxiliar para que o trabalho final, resultante do curso de mestrado ou de doutorado, tenha qualidade.
Deste modo, é o orientador quem ajuda o orientando na construção do objeto de estudo, apontando os caminhos teórico-metodológicos, indicando as referências bibliográficas, emprestando livros, etc.
Se você foi aprovado ou já está matriculado num programa de pós-graduação, preste atenção nas 09 dicas abaixo. O intuito é evitar falhas de comunicação com seu orientador.
Você vai notar que várias dessas dicas estão inter-relacionadas.
09 DICAS PARA VOCÊ EVITAR FALHAS DE COMUNICAÇÃO COM SEU ORIENTADOR
Confira as dicas e comece hoje a colocá-las em prática:
# DICA 01 – Pergunte sempre que tiver dúvida
Ninguém chega ao mestrado ou mesmo ao doutorado sabendo tudo. Pelo contrário! Trata-se de um espaço de aprendizado. Por isso, não tenha vergonha de esclarecer o que não parece tão claro para você. O diálogo entre as duas partes (orientador e orientando) é sempre a melhor saída. A pergunta “mais boba” pode te livrar de equívocos futuros. Pense também que “nada é óbvio”. Então, pergunte, peça explicações!
E se você não estiver entendendo o que seu orientador diz, solicite, educadamente, que ele seja mais claro. Por exemplo: ajude-o a expressar o que estiver falando para facilitar o diálogo entre vocês e, consequentemente, o seu entendimento do que está sendo dito.
Seguem algumas estratégias:
Dê exemplos que ilustrem o tema
Peça para ele detalhar melhor o assunto
Peça para ele explicar de outra forma
É melhor parecer ignorante perante o orientador do que diante da banca de avaliação do seu trabalho final!
# DICA 02 – Faça uma lista com questões e/ou dúvidas
Pode ocorrer de você esquecer de perguntar algo importante no momento da orientação. Fazer uma lista poupa seu tempo e do seu orientador, que, com certeza, tem um monte de afazeres (outros orientandos, aulas para preparar, atividades administrativas, etc.). Planeje-se! Assim, você não deixa nenhuma questão ou dúvida sem resposta ou algum encaminhamento.
Além disso, expressar questões e/ou dúvidas de modo concreto em algum lugar (num caderno ou no computador) vai te ajudar a organizar o pensamento e, consequentemente, estruturar a pesquisa. Ao transformar isso num exercício do dia a dia, uma espécie de “tarefa de casa”, você mesmo pode sanar os questionamentos que costumam aparecer no percurso.
É preciso ter em mente que esta “tarefa” faz parte da construção do objeto de estudo, então questões e/ou dúvidas sempre vão aparecer.
# DICA 03 – Peça uma co-orientação, caso seu orientador não seja especialista no tema
Uma co-orientação pode contribuir tanto para sanar aspectos metodológicos ou mesmo teóricos, caso seu orientador não tenha familiaridade com a temática. A designação de um co-orientador deve ser muito bem conversada com seu orientador.
Ocorrências em que a figura de um co-orientador é indicada:
– 1º motivo: quando nem você nem seu orientador tiverem conhecimento ou segurança sobre a metodologia a ser adotada na pesquisa. Neste caso, você tem duas possíveis soluções: ou solicita um co-orientador que tenha mais intimidade com questões metodológicas gerais ou garante um que tenha conhecimento a respeito da metodologia que você queira utilizar no trabalho.
– 2º motivo: quando seu orientador não tiver “intimidade” com o referencial teórico que você pretende incorporar no trabalho. Nesta situação, o melhor é contatar um pesquisador que seja especialista no assunto para que você fique melhor afiançado na discussão que busca realizar.
– 3º motivo: quando seu orientador não tiver entendimento sobre o objeto que você deseja investigar. Assim sendo, o mais importante a fazer é procurar um co-orientador que tenha experiência na área.
Mas não esqueça que uma co-orientação deve ser muito bem negociada com seu orientador!
# DICA 04 – Aja com profissionalismo
A relação orientador-orientando é uma relação pedagógica e profissional. Não trate seu orientador com a intimidade que você trata um membro da sua família ou um amigo e nem o faça de psicólogo, contando seus problemas ou suas questões pessoais. Saiba dosar as coisas!
Alguns cuidados sobre como proceder diante de seu orientador:
Não comente nem pergunte assuntos de cunho pessoal
Não converse sobre a vida particular de outras pessoas
Use preferencialmente os pronomes de tratamento sr./sra.
Seja pontual nos compromissos agendados
Não interrompa quando ele estiver falando
Demonstre atenção às recomendações dele
Procure ouvir mais do que falar
Cuide bem do material (livros, etc.) que lhe for emprestado
# DICA 05 – Seja transparente
Dê um feedback ao seu orientador quando não conseguir realizar uma tarefa solicitada por ele. Sinceridade é tudo! Além disso, faz com que ele saiba suas limitações.
Você não é obrigado a saber de tudo, como já foi dito, e nem pode acertar sempre. Não esqueça que o erro faz parte do aprendizado. Por isso, não tenha vergonha de expor para o seu orientador o que possa estar se passando no desenvolvimento da pesquisa, já que “nem tudo são flores”.
Demonstre suas dificuldades e peça ajuda para resolvê-las. Afinal, ninguém chega a lugar algum sozinho.
OBS: Lembre-se das duas primeiras dicas desta lista
Pergunte sempre que tiver dúvida
Faça uma lista com questões e/ou dúvidas
# DICA 06 – Procure cumprir os prazos
O mestrado dura dois anos e o doutorado, quatro. Pode parecer muito tempo, mas, acredite, passa rápido. Por isso, procure sempre cumprir os prazos estipulados para não atrasar o andamento da pesquisa. Por exemplo, nunca “fure” com seu orientador, pois como já foi dito, ele tem muitos afazeres.
Com isso, você ganha a confiança do seu orientador, deixando ele mais seguro e confiante em relação ao cumprimento das suas responsabilidades.
Seguem alguns conselhos que podem te ajudar no cumprimento dos prazos:
Faça um cronograma para cada tarefa solicitada
Tenha horários regulares para trabalhar
Tente produzir, independente de inspiração, animação ou “estado de espírito”
Guarde um tempo para descansar (muitos insights vêm neste momento)
Organize os artigos científicos e outros materiais por temas em pastas (no computador ou “na nuvem”) para facilitar o acesso a eles
Faça o mesmo com os livros (físicos)
Tente sempre “ir além” do que se pede
Seja disciplinado
Dedique-se
Trabalhe duro!
Uma dica máxima no cumprimento de prazos é antecipar as datas ao fazer seus próprios cronogramas de trabalho. Essa antecipação possibilita que você revise (reveja erros, corrija, etc.) com mais cuidado o que foi feito, trazendo mais qualidade para a pesquisa. Portanto, antecipe-se! Isso é planejamento!
Não esqueça que imprevistos sempre acontecem. Por isso, faça sua parte!
Missão dada é missão cumprida!
# DICA 07 – Ouça seu orientador
Não “jogue fora” a experiência do seu orientador. Ouça as orientações dele: seja para reescrever o texto, na busca de algum autor específico, etc. Tudo isso contribui para a melhoria da dissertação ou da tese. Abra bem seus ouvidos!
É comum precisar refazer alguma tarefa ou ler algum livro ou artigo que você descubra posteriormente não ter tanta utilidade na pesquisa. Nada é em vão! Então, tenha paciência! De um modo ou de outro, o trabalho realizado vai colaborar na sua formação de pesquisador.
Uma boa recomendação é gravar as reuniões de orientação para que você possa ouvi-las depois, com mais calma, quantas vezes quiser ou necessitar. No entanto, é de bom tom perguntar ao seu orientador se a gravação pode ser feita.
Se não puder gravar a orientação, anote tudo em algum lugar (caderno ou computador). Neste caso, peça que ele fale devagar e repita o que “ficou perdido” para que você possa tomar nota. Escreva através de palavras-chave (em vez de frases inteiras, ipsis litteris, do que ele disser) para ser mais rápido!
# DICA 08 – Seja acessível
Não suma “da vida” do seu orientador! Procure sempre responder e-mails dele o mais rápido possível, fazer-se presente, mantendo contato periódico com ele! Lembre-se que ele tem outras atividades, como já foi dito.
Veja abaixo algumas estratégias que demonstrem disponibilidade de sua parte:
Mantenha-se sempre por perto
Integre-se aos projetos e pesquisas dele
Ofereça ajuda de maneira efetiva
Apresente ideias
Seja parceiro
Seja proativo
# DICA 09 – Tenha autonomia
Não seja tão dependente do seu orientador. Como já falamos anteriormente, ele tem diversos afazeres, incluindo outras pessoas para orientar. Além do mais, a pesquisa é sua. Então, faça valer! Corra atrás! Não fique esperando!
Detenha o comando da sua pesquisa, no sentido de buscar soluções, resolver problemas! Exercite sua autonomia como pesquisador! Porém, não esqueça que você tem um orientador. Procure ouvi-lo, como indicamos na dica 07 (Ouça seu orientador), afinal é ele o responsável por orientar seu trabalho.
Mas como exercitar a autonomia de pesquisador?
Veja algumas possibilidades:
Discuta seu objeto de estudo com seus colegas
Vá em busca de bibliografia
Leia sobre diferentes tipos de métodos de pesquisa
Leia dissertações e teses com temáticas semelhantes à sua
Escreva!
COMO NÓS PODEMOS AJUDAR AINDA MAIS?
Tenho uma sugestão!
Participe dos eventos do Conselho Internacional de Altos Estudos em Direito (CAED-Jus) e convide o seu orientador.
Os eventos do CAED-Jus podem contribuir pelo menos com o seguinte:
- Membership em associação internacional
- Apresentação de trabalho em evento
- Participação em evento
- Publicação de trabalho como capítulo de livro impresso
- Coordenação de GT (a depender da sua titulação e do orientador)
Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.caedjus.com/eventos e se inscrever no próximo evento programado com um artigo. Aproveite esta oportunidade!
ALGUMA RECOMENDAÇÃO DE LIVRO?
Separei para você três livros que podem ajudar nesta relação com o orientador. Confira:
Como se faz uma tese – Umberto Eco
Como não fazer uma tese – Clóvis Ultramari
Orientadores em foco. O processo da orientação de teses e dissertações em educação – Cleiton de Oliveira
A propósito, você seguiu essas dicas que falei e deu certo? Compartilhe conosco! Nos avise pelo email [email protected] e vamos conversar…
Gostou deste artigo? Comente e compartilhe em suas redes sociais.
Para mais informações sobre o CAED-Jus e se cadastrar para novidades, visite o site www.caedjus.com
Pingback: 5 ferramentas que vão facilitar a sua vida acadêmica - CAED-Jus