Você está na universidade. Finalmente começará a caminhada para a sua graduação… Mas, há um problema. Você precisa mais do que notas para terminar o curso. Você precisa participar de atividades complementares que são essenciais para a sua formação.
A participação do estudante de graduação em atividades complementares é algo especial do curso. É o tipo de evento que torna o curso de graduação diferente, pois é a oportunidade de perceber o que existe além da sala de aula. Os conteúdos se renovam e se criam diariamente, muito além do que se aprende sentado em uma cadeira e você precisa desenvolver atividades extraclasse.
Aí vem a pergunta: como participar de atividades complementares na graduação?
Acreditem, todos nós passamos por isso. Encontrar os eventos certos, que caibam no bolso, que tenha impacto no currículo acadêmico e viabilidade para participar é quase uma ciência. Ainda tem a parte de inseri-los no Lattes, mas ai já é outra história. Não é fácil mesmo!
Mas estamos aqui ajudar você a resolver este problema. Vamos dar algumas dicas sobre como conseguir atividades complementares na graduação, de que maneira conseguir aproveitar o máximo delas, mesmo com possibilidades limitadas, e criar um excelente currículo acadêmico ao enriquecer o seu perfil enquanto estudante.
Mais do que isso: nós vamos ensinar como usar a tecnologia para conseguir atividades complementares!
AS ATIVIDADES COMPLEMENTARES
O QUE SÃO ATIVIDADES COMPLEMENTARES?
Para abrir os trabalhos, o MEC diz que atividades complementares são “componentes curriculares enriquecedores e complementadores do perfil do formando, possibilitam o reconhecimento, por avaliação de habilidades, conhecimento e competência do aluno, inclusive adquirida fora do ambiente acadêmico, incluindo a prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade, especialmente nas relações com o mercado do trabalho e com as ações de extensão junto à comunidade”.
A primeira informação importante que temos neste conceito é que engajar-se em atividades curriculares é ser reconhecido. Assim, já sabemos que ter atividades complementares no currículo é ter um diferencial com relação às habilidades, conhecimentos e competências importantes para a sua formação.
Outra informação interessante é que as atividades complementares não necessariamente precisam ser exclusivas do seu curso. Em algumas situações, a interdisciplinaridade é muito bem-vinda, “especialmente nas relações com o mercado do trabalho” (perceba este trecho).
Assim, temos duas qualidades importantes daqueles alunos que se engajam em atividades complementares: são estudantes diferenciados e multifacetados.
Só com essas dicas vocês já deveriam procurar algumas atividades agora mesmo! Mas, vamos adicionar um pouco mais de informações interessantes.
AS REGRAS DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Pode ser que você, um estudante um pouco menos atento, ainda não tenha se interessado em fazer atividades complementares e se tornar um aluno diferenciado e multifacetado. Tudo bem, mas a coisa não é tão simples assim, pois:
1) Atividades complementares são obrigatórias. Sim, o cumprimento de uma determinada carga horária de horas complementares é obrigatório para a conclusão do curso de graduação. Então, se deve fazer, que sejam proveitosas.
2) A participação em atividades complementares pode englobar todos os períodos letivos, inclusive durante as férias!
3) Somente estudantes matriculados podem ter registros de atividades complementares. Então, atividades anteriores a sua matrícula não contam.
4) A comprovação de realização das atividades complementares é feita por meio de registros e certificados. É academicamente recomendado você buscar as atividades pelo conhecimento em si, mas, para que elas possam servir para a conclusão do curso, deve haver algum tipo de registro ou comprovação de que você as realizou, inclusive com a quantidade de horas da atividade.
5) A validação das atividades complementares é feita por setor responsável em sua universidade. Então, não adianta acumular comprovantes e deixá-los guardados. Guarde numa pasta, seja organizado e entregue-as ao setor responsável no momento oportuno!
Ou seja, as atividades complementares são instrumentos formais que influem na sua formação enquanto estudante de graduação. Então, é importante que você se atende ao modo de proceder com as mesmas, consiga os comprovantes de participação e os entregue na universidade no momento correto.
QUAIS SÃO AS ATIVIDADES COMPLEMENTARES MAIS COMUNS?
Existem várias opções possíveis de atividades complementares e provavelmente você já participou de uma delas. Poderíamos listar algumas como as mais comuns:
1) Grupos de Pesquisa: O CNPq classifica grupos de pesquisa como “um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente em torno de uma ou, eventualmente, duas lideranças, cujo fundamento organizador dessa hierarquia é a experiência, o destaque e a liderança no terreno científico ou tecnológico; no qual existe envolvimento profissional e permanente com a atividade de pesquisa; cujo trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa que subordinam-se ao grupo (e não ao contrário); e que, em algum grau, compartilha instalações e equipamentos”.
Estar em um grupo de pesquisa demonstra que você tem a vontade de ir além do básico, que será alguém com um diferencial frente a outros possíveis concorrentes e comprometido com a produção de conhecimento. Fora isso, participar de atividades de pesquisa fará com que você pense diferente, que perceba ângulos e perspectivas que não tem tempo de perceber enquanto envolvido com provas e trabalhos acadêmicos.
2) Intercâmbio: Algumas universidades possuem programas que incentivam financeiramente seus alunos a participar de atividades de intercâmbio. Nele, pode-se aprender e aprimorar um novo idioma, vivenciar novos estilos de vida, conhecer novos modelos de pensamento do seu curso.
Dentre as possibilidades de intercâmbio, existem os universitários, de trabalhos, ou mesmo mesclando trabalho e estudo. De qualquer maneira, é uma excelente atividade complementar e um incremento de suas habilidades enquanto estudante.
3) Monitoria: esta é uma ótima atividade complementar que irá te envolver nas “entranhas” da vida acadêmica. Um conceito interessante de monitoria é: “a modalidade de ensino-aprendizagem, dentro das necessidades de formação acadêmica, destinada aos alunos regularmente matriculados. Objetiva despertar o interesse pela docência, mediante, o desempenho de atividades ligadas ao ensino, possibilitando a experiência da vida acadêmica, por meio da participação em diversas funções da organização e desenvolvimento das disciplinas dos cursos, além de possibilitar a apropriação de habilidades em atividades didáticas”.
4) Estágios profissionais: o estágio é um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
Participar de um estágio é algo indiscutivelmente fundamental, pois é através dele que o estudante poderá fazer o “test-drive” de sua escolha profissional, afirmando sua certeza ou até mesmo consolidar motivos para mudar de carreira. No caso do direito, por exemplo, além das possibilidades dos estágios profissionais em instituições como Ministério Público e Defensoria Pública, como também em escritórios privados de advocacia, também estão disponíveis (e de participação obrigatória) os escritórios de prática jurídica, onde você atuará nas áreas mais essenciais do direito e prestará serviços de assistência jurídica gratuita à comunidade.
UMA EXPERIÊNCIA SOBRE ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Neste ponto o Diego Monnerat vai dividir uma experiência pessoal com vocês e que, na sua vivência acadêmica e profissional, viu como um dos maiores obstáculos para consolidar um arcabouço de atividades complementares interessantes para fortalecer meu currículo.
Na época do mestrado, o Diego demorava aproximadamente seis horas para chegar a universidade, pois morava em uma cidade de interior e tinha de pegar três ônibus até lá. Ele havia feito algumas economias para conseguir dar conta da pós-graduação do modo devido. Ele pagou a rescisão, vendeu a moto e juntou mais algumas economias para poder cobrir os custos do trajeto de ida e volta à universidade, bem como alimentação e etc.
Em média, ele tinha R$ 150,00 por semana, sendo que tinha que pagar as passagens (R$ 50,00 cada passagem, aproximadamente) e outras coisas que aparecessem. Ele levava ainda um pouco de comida congelada de casa, encontrou um albergue barato e as coisas iam bem. Apertadas, mas bem.
Por que ele está contando isso? Durante este período lhe sobrava aproximadamente R$ 50,00 por semana e os eventos tradicionais do direito são caros. Muito caros mesmo, pois, além de pagar inscrições em eventos específicos, ainda temos que pagar anuidades salgadas. Congressos internacionais feitos em grandes hotéis, dias de evento com festas caríssimas, lançamento de livros e etc. Quando não são assim, eles aconteciam em cidades distantes, a muitas horas de viagem… e com R$ 150,00 por semana era impossível ir a esses eventos.
Ele passei por isso e sofreu na pele as consequências dessa dificuldade financeira. Ele nunca foi fisicamente a um grande evento de direito, desses bem tradicionais, bem como não tinha condições de pagar as anuidades ou mesmo as inscrições nos eventos específicos. Também não tinha condições de se deslocar para outras cidades muito distantes, já que a reserva financeira somente cobria os custos do mestrado em si.
Quando prestou um processo seletivo para o doutorado, sentiu o peso dessa limitação: fui bem nas provas, os avaliadores adoraram o projeto de pesquisa, mas, perto dos outros candidatos, o currículo carecia de atividades complementares.
Hoje sabemos que existem ferramentas modernas e eventos inovadores que superam em qualidade e custos os tradicionais já ultrapassados. E mais: este tipo de evento tradicional já não pontua em processos seletivos como o fazia antigamente.
São novos tempos…. e vamos apresentá-los neste artigo do blog! Fiquem conosco!
DICAS PARA VOCÊ OBTER ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Agora vamos ao que interessa. Vamos saber como conseguir atividades complementares na graduação. Com elas, o estudante se torna:
1) diferenciado;
2) multifacetado;
3) integrador de novas experiências;
4) vai além dos bancos da universidade;
5) se torna mais preparado para as dificuldades do mercado de trabalho;
6) presta serviços à comunidade.
Também vimos, como ponto negativo, que algumas atividades complementares tradicionais podem ser difíceis de alcançar, pois:
1) são caras;
2) não pontuam tanto em processos seletivos como antigamente;
3) são distantes.
Os tempos são outros e nós podemos utilizar as novas tendências a nosso favor. Vamos agora falar como conseguir as melhores atividades complementares!
# DICA 01 – Aproveite os eventos da própria universidade!
As Universidades são compostas por cursos que organizam eventos internos e externos para divulgarem os seus trabalhos e pesquisas. Estes eventos são ótimas atividades complementares para aprender e começar a preencher o seu currículo.
Seminários, semanas de iniciação científica, eventos universitários em geral são alguns exemplos e não temos como elencar tudo sem tornar o artigo grande demais. Além disso, participar de eventos das universidades possibilita a interdisciplinaridade e a expansão de conhecimentos além do seu próprio curso.
E a maior vantagem é que você, em muitos casos, não precisará sair de dentro do prédio da universidade para participar dos eventos. Economia de dinheiro e tempo é sempre bom.
# DICA 02 – Priorize qualidade!
Diversos processos seletivos (como concursos públicos ou mesmo para mestrados e doutorados) avaliam o desempenho e as qualificações dos candidatos com base em sua produção acadêmica, atuação profissional, atividades complementares, dentre outros.
Sobre atividades complementares, elas costumam ter pesos diferentes, ou seja, cada tipo de evento vale uma determinada quantidade de pontos e isso pode fazer toda a diferença para a sua seleção. Por exemplo, um congresso internacional vale mais pontos do que um nacional que, por sua vez, vale mais pontos do que um regional, etc. A mesma lógica vale para outros tipos de eventos. Então, se você vai despender grandes quantias de dinheiro se deslocando para outras cidades, estados ou países em busca de um evento específico, analise bem seu impacto no mundo acadêmico, sua visibilidade e o quão importante ele é em editais de seu interesse.
Como dissemos, as possibilidades são tantas que você pode conseguir excelentes atividades complementares de maneira muito mais prática e barata e é sobre elas que vamos conversar agora.
# DICA 03 – Aproveite as possibilidades via internet!
É inegável que a internet é um oceano de informações e solo fértil para inúmeras possibilidades de atividades complementares. Eventos inovadores povoam a internet, dando centenas de oportunidade para que você consiga cumprir a demanda de atividades complementares sem você que precise gastar com o deslocamento.
Obviamente, você deve ter critério ao selecionar as atividades complementares virtuais que estão disponíveis. Alguns elementos são importantes:
1) Como a atividade complementar se relaciona com sua área?
2) Como a atividade complementar pode colaborar para te tornar um estudante multifacetado?
3) O que a atividade complementar poderá te fornecer como um diferencial?
4) A atividade complementar tem a participação de pessoas de países/locais diferentes?
5) A interdisciplinaridade é uma característica da atividade complementar?
6) A atividade complementar é inovadora?
Essas são perguntas interessantes para a escolha das atividades complementares… e é exatamente neste ponto que o CAED-Jus pode te ajudar.
COMO O CAED-JUS PODE LHE AJUDAR?
O Conselho Internacional de Altos Estudos em Direito (CAED-Jus) tem diversas iniciativas inovadoras para você participar de atividades complementares com qualidade de conteúdo, com uma troca de experiência bem intensa de onde você estiver.
Meus amigos, a internet é o caminho. Eu mesmo me vinculei ao CAED-Jus após participar de alguns de seus trabalhos, de apresentar trabalhos nos eventos por eles produzidos, publicar meus artigos nos livros organizados.
Os eventos do CAED-Jus podem contribuir pelo menos com o seguinte:
- Membership em associação internacional
- Apresentação de trabalho em evento
- Participação em evento
- Publicação de trabalho como capítulo de livro impresso
- Participação em cursos online gratuitos
- Participação em prêmios
Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.caedjus.com e se inscrever no próximo evento programado com um artigo de sua autoria ou participar de um de nossos cursos online gratuitos. Aproveite esta oportunidade!
ALGUMA RECOMENDAÇÃO DE LIVRO?
Separei para você três livros que podem ajudar na sua trajetória acadêmica. Confira:
Manual Prático de Pesquisa Científica: da Graduação à Pós-Graduação –
Law School Confidential: A Complete Guide to the Law School Experience: By Students, for Students (English Edition) – Robert H. Miller
A Guide to Academia: Getting into and Surviving Grad School, Postdocs, and a Research Job (English Edition) –
A propósito, você seguiu essas dicas que falei e deu certo? Compartilhe conosco! Nos avise pelo email [email protected] e vamos conversar…
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Sobre os autores:
Felipe Asensi
Diretor do Instituto Diálogo, Pós-Doutor em Direito pela UERJ, Doutor em Sociologia pelo IESP/UERJ,Mestre em Sociologia pelo IUPERJ,Advogado formado pela UFF, Cientista Social formado pela UERJ, Membro Efetivo do IAB e da Academia Luso-Brasileira de Ciências Jurídicas, Senior Member da Inter-American Bar Association (IABA), Professor da UERJ, UCP, USU e AMBRA College, Autor de 34 livros.
Mestrado em Direito pelo PPGD/UCP como Bolsista CAPES, na linha de pesquisa Fundamentos da Justiça e dos Direitos Humanos/Área de Concentração: Justiça, Processo e Direitos humanos. Graduado em Direito pela Universidade Candido Mendes-Nova Friburgo. Extensão em Direito Médico pela EMERJ. Professor tutor da Universidade Unyleya. Advogado (OAB/RN). Foi membro da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Mossoró/RN.
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