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Entrevista com José Roberto Limas da Silva sobre o Prêmio CAEduca 2021

O entrevistado desta semana é José Roberto Limas da Silva. Ele é Bacharel em Geografia pela UFMG, Bacharel em Administração pela Unopar, Mestre em Ciências da Religião pela Faculdade Unida de Vitória, Doutorando em Teologia pela Faculdades EST, bolsista do programa CAPES/PROSUC. Atua como professor de Teologia e como Pastor da Igreja Batista Nova Vida em Bocaiuva-MG.

Desenvolve pesquisas na área de Religião e Espaço, especialmente ligadas à relação do lugar com os processos de produção de memórias e construção de territorialidades. Atualmente, está desenvolvendo sua tese de doutorado com o tema “Em busca de um estatuto científico para a teologia cristã: possibilidades e impossibilidades”. Também participa do grupo de pesquisa “Arqueologia e Bíblia” da Faculdades EST de São Leopoldo/RS.

Confira a entrevista:

1) Você foi selecionado para o Prêmio CAEduca 2021. Nos conte um pouco como foi a sua trajetória acadêmica até o Prêmio.

Inicialmente, tomei conhecimento do Congresso do CAEduca através de uma nota de divulgação desse evento no ambiente do nosso Programa de Pós-graduação. Percebi que a proposta de produção de conhecimento em um ambiente democrático e tematicamente diversificado era muito interessante. Dispus-me a enviar o artigo de imediato, pois percebi que ele estava alinhado com a proposta do grupo de pesquisa que escolhi (temas contemporâneos da educação). Sinceramente, foi uma surpresa absolutamente agradável ser selecionado no meu grupo de pesquisa. E receber o prêmio final, então, foi uma mistura de estupefação e gratidão. Fico profundamente honrado com menção honrosa por parte dos organizadores do Congresso CAEduca e grato a Deus por me permitir participar desse projeto.

2) Você acompanhou o CAEduca, então presenciou discussões variadas sobre educação. O que mais lhe chamou atenção no evento?

O que mais me chamou a atenção foi o ambiente da pluralidade de temáticas e ideias. A possibilidade de construir conhecimento num espaço em que não há hierarquizações de áreas de conhecimentos é absolutamente atrativa. Ademais, a produção científica, atual, passa muito pela ideia de uma construção epistemológica sistêmica. Sem dúvida, essa é a característica mais marcante do CAEduca, na minha opinião.

3) O seu artigo fala sobre o topocídio e o esvaziamento das memórias afetivas. As pessoas poderão acessá-lo no livro do CAEduca, mas poderia nos contar em linhas gerais do que ele trata?

O artigo expõe a experiência do topocídio afetivo, que significa basicamente a destruição/morte dos lugares de referência afetiva. Esse fenômeno está relacionado com o esvaziamento emocional de determinadas espacialidades que gradativamente vão perdendo sua relevância afetiva (lar, igreja, comunidade, bairro etc). Nesse sentido, o período da Pandemia da COVID- 19 deu visibilidade a esse processo, especialmente no ambiente doméstico, em face do aumento dos conflitos familiares.

4) Bom, outros educadores vão se espelhar em você para participarem do próximo CAEduca. Que dica final você daria para que possam produzir artigos de qualidade e inovadores na educação?

Penso que a primeira regra para produzir um bom artigo é estar identificado com a pesquisa que vai tratar. Escrever sobre o que você acredita ou gosta fica bem mais fácil. A partir disso, uma segunda dica é propor-se a fazer uma produção textual que esteja alinhada com sua área de pesquisa acadêmica, depurando suas abordagens e permitindo aprofundamentos. Escrever sobre tudo é basicamente escrever sobre nada. Assim, é preciso ter um foco na sua produção acadêmica e buscar bibliografia especializada e abundante. O artigo é um pedaço de sua história, então vale a pena contá-la bem.

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