Você tem um orientador e gostaria de impressioná-lo? Então este artigo é para você!
Muitos alunos de mestrado e doutorado ficam receosos em como lidar com seus orientadores. Afinal, o orientador costuma ser uma pessoa ocupada, com mil responsabilidades, com diversos afazeres acadêmicos e você está vinculado a ele pelo menos durante algum tempo.
A orientação não precisa ser uma relação fria, estanque e com prazo final. A orientação pode ser uma oportunidade de parceria de longo prazo e de construção de uma mútua admiração. E aí surge a dúvida sobre como impressionar o orientador e torná-lo o seu parceiro acadêmico.
Neste artigo, eu vou apresentar a você 05 dicas para você impressionar o seu orientador, essa pessoa importante e complexa da sua vida acadêmica. São dicas que eu compartilho com você porque já fui aluno e há alguns anos sou orientador de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Confesso: esse é um dos temas mais delicados!
ORIENTADORES E SUAS COMPLEXIDADES
Para iniciar o nosso assunto, é importante você levar em consideração três premissas sobre o processo de orientação:
O QUE É A ORIENTAÇÃO?
A orientação é um processo formativo focado na interação entre o orientador e o aluno com a finalidade de produção de conhecimento científico, rigoroso e de qualidade a partir da mútua aprendizagem e troca de ideias, críticas e perspectivas.
COMO É A VIDA DE UM ORIENTADOR?
A vida de um orientador não é fácil. São muitos compromissos acadêmicos e profissionais que fazem com que a orientação, em geral, seja uma das atividades às quais ele deve se dedicar.
Em geral, o orientador divide o seu tempo de orientação com as seguintes atividades:
- Redação de artigos
- Redação de livros
- Participação em eventos
- Participação em bancas
- Networking acadêmico
- Preparação de aulas
- Aulas
- Compromissos burocráticos
- Atualização de currículo
- Produção de materiais diversos
Em meio a tudo isso, tem você!
O QUE O ORIENTADOR ESPERA DE UM ALUNO?
O orientador tem expectativas em relação ao aluno, especialmente em nível de mestrado e doutorado.
Mas você não é um peso! Um orientador de verdade deve se preocupar com o processo de orientação e em dar o seu melhor.
Em geral, o que os orientadores esperam dos seus alunos é o seguinte:
- Proatividade
- Integração no grupo de pesquisa do orientador
- Cumprimento de metas e acordos
- Cumprimento de prazos
- Espírito colaborativo
- Leitura
- Novos insights
- Produtividade de textos
- Apresentação de trabalhos em eventos
Por isso, você tem diversas oportunidades de “corresponder às expectativas” do seu orientador.
O QUE UM ALUNO ESPERA DE UM ORIENTADOR?
Não podemos ignorar também o que o aluno espera do orientador. Às vezes, o orientador encontra-se absorvido por outras demandas e frustra as expectativas dos seus alunos, o que não é nada bom.
A orientação é uma via de mão dupla, então ambos têm expectativas importantes que devem ser correspondidas.
Em geral, o que os alunos esperam dos seus orientadores é o seguinte:
- Disponibilidade de tempo
- Celeridade nos feedbacks
- Críticas construtivas e didáticas
- Abertura à integração dos alunos em seus projetos
- Diálogo
- Compreensão
- Oportunidades
Como vemos, em geral as expectativas do orientador são diferentes dos alunos e, como qualquer relação humana, isso pode trazer desafios no dia-a-dia.
Por isso, as minhas 05 dicas vão contribuir com a sua vida acadêmica e certamente lhe ajudarão a impressionar o seu orientador e torná-lo um parceiro acadêmico.
DICAS PARA IMPRESSIONAR O SEU ORIENTADOR
Chegamos nas dicas!
Orientadores de verdade sabem que o processo formativo também é para identificar novos parceiros acadêmicos, novas formas de pensar e produzir, e você pode ser uma opção interessante de parceria.
Quando os orientadores ficam impressionados com os alunos, isso aumenta bastante a possibilidade de se converterem em parceiros de longa data. Digo isso por experiência própria…
Confira as minhas dicas e comece hoje a colocá-las em prática:
# DICA 01 – Seja totalmente proativo
A postura proativa é essencial para qualquer relação humana que objetiva resultados.
Na orientação, é bastante importante que você adote esta postura em todas as suas ações. Em geral, o orientador tem tantos cronogramas diferentes a cumprir que ele não tem “de cabeça” o cronograma de cada aluno, então não aguarde ele pedir ou cobrar para você fazer a sua parte.
São exemplos de posturas proativas que você pode adotar:
- Antecipe-se a solicitações
- Antecipe soluções a possíveis problemas
- Agende encontros de orientação para cada parte da etapa de planejamento e produção do conhecimento, desde que elas tenham sido concluídas
- Compartilhe oportunidades acadêmicas com o seu orientador
- Crie mecanismos de “overdeliver”, ou seja, entregue além do que seria esperado/combinado
- Compartilhe apreensões e inquietações em relação à execução futura das etapas
- Averigue a forma desejada de envio das etapas (email, impresso, whatsapp, etc)
# DICA 02 – Integre-se com o seu orientador
Orientadores costumam ter menos tempo que o necessário. Compatibilizar todas as responsabilidades e ainda desenvolver pesquisas e projetos não é tarefa nada fácil.
Por isso, no geral é muito bem-vinda a participação dos alunos nas pesquisas e projetos em curso. São mais “mãos” e “cabeças” que podem agregar às iniciativas e, até mesmo, liderar ações.
E aqui vai um relato pessoal: quando eu ainda era bolsista de iniciação científica no LAPPIS/UERJ isso foi uma das coisas mais importantes da minha trajetória acadêmica e profissional. Até hoje, 15 anos depois de colocar meus pés pela primeira vez lá, tenho o privilégio de ser o Coordenador Adjunto.
Seguem algumas estratégias que você pode adotar para se integrar cada vez mais com o seu orientador:
- Comente que tomou conhecimento de iniciativas interessantes lideradas pelo orientador
- Ofereça ajuda concretamente
- Traga ideias e insights
- Pense em soluções que podem ajudar
- Apresente-se como uma pessoa que quer ser integrada aos projetos e pesquisas
- Divulgue as iniciativas do seu orientador
- Consolide a sua imagem como parceiro
# DICA 03 – Produza
É absolutamente esperado que você produza e este assunto é bem delicado!
Por exemplo, considere as três perspectivas abaixo:
– 1ª perspectiva: você foi aprovado para um programa de mestrado e doutorado e, dentre as expectativas, é que você contribua produzindo. É importante para você e para o programa que você faça isso, pois o programa também é avaliado pela produção dos alunos.
– 2ª perspectiva: você foi aprovado para ocupar uma das poucas vagas do seu orientador e, dentre as expectativas, é que vocês trabalhem conjunto e produzam em conjunto. É importante para você e para o programa que você faça isso, pois o programa também é avaliado pela produção dos alunos em parceria com orientadores.
– 3ª perspectiva: você foi aprovado como mestre ou doutor após alguns anos de interação e trabalho conjunto com o seu orientador e, dentre as expectativas, é que vocês permaneçam juntos publicando os resultados da pesquisa. É importante para você e para o programa que você faça isso, pois o programa também é avaliado pela produção dos alunos egressos em parceria com orientadores.
Portanto, passar o mestrado/doutorado inteiro sem produzir é uma péssima ideia e frustra as expectativas do programa e do orientador. O mesmo se aplica a defender a sua dissertação ou tese e ignorar a contribuição do orientador (quando foi um orientador de verdade).
Em geral, para as três perspectivas que relatei, você pode adotar as seguintes estratégias para aumentar a sua produtividade em parceria com o seu orientador:
- Deixe finalizados seus textos para eventuais oportunidades futuras
- Aproveite os trabalhos de disciplinas
- Assine veículos de comunicação que divulgam oportunidades
- Siga redes sociais que divulgam oportunidades
- Organize eventos acadêmicos
- Fortaleça o seu networking acadêmico
- Inscreva-se como parecerista de revistas
- Identifique chamadas e editais
- Submeta seus textos a revistas
- Participe de eventos acadêmicos importantes
- Publique!
# DICA 04 – Missão combinada é missão cumprida
Missão combinada é importante. É um gesto de confiança!
Fiz questão de dizer que a missão é combinada, e não dada ou atribuída. A relação entre aluno e orientador, como o próprio nome diz, é uma relação. Portanto, para a construção da confiança, é essencial que tudo seja dialogado e pactuado em conjunto.
Uma vez pactuado, envide todos os seus esforços para que se realize. Isso vai contribuir para uma imagem de eficiência.
É óbvio que às vezes surgem imprevistos e obstáculos à missão que atrapalham o seu cumprimento. Daí a importância da transparência, que conversaremos na próxima dica.
# DICA 05 – Seja transparente
É compreensível que não possamos estar 100% integrados ou focados no mestrado ou doutorado em função das demais responsabilidades que assumimos em nossas vidas.
É compreensível que em algum momento estejamos absorvidos por diversas tarefas profissionais e pessoais que atrapalhem o cumprimento de alguma etapa específica no prazo esperado.
É compreensível que cometamos algum erro ou equívoco porque ainda estamos em processo formativo e faz parte deste processo o aprendizado com o erro.
Para tudo isso basta você ser transparente. Ninguém pode ser criticado por ser honesto, sincero e aberto. Esta pode ser uma oportunidade que reforçar ainda mais a sua imagem perante o orientador como uma pessoa correta!
COMO COMEÇAR A IMPRESSIONAR AGORA?
Tenho uma sugestão!
Participe dos eventos do Conselho Internacional de Altos Estudos em Direito (CAED-Jus) e convide o seu orientador.
Os eventos do CAED-Jus podem contribuir pelo menos com o seguinte:
- Membership em associação internacional
- Apresentação de trabalho em evento
- Participação em evento
- Publicação de trabalho como capítulo de livro impresso
- Coordenação de GT (a depender da sua titulação e do orientador)
Você pode acessar o site do CAED-Jus em www.caedjus.com/eventos e se inscrever no próximo evento programado com um artigo. Aproveite esta oportunidade!
ALGUMA RECOMENDAÇÃO DE LIVRO?
Separei para você três livros que podem ajudar nesta relação com o orientador. Confira:
Como se faz uma tese – Umberto Eco
Como não fazer uma tese – Clóvis Ultramari
Orientadores em foco. O processo da orientação de teses e dissertações em educação – Cleiton de Oliveira
A propósito, você seguiu essas dicas que falei e deu certo? Compartilhe conosco! Nos avise pelo email [email protected] e vamos conversar…
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Sobre o autor:
Felipe Asensi
Diretor do Instituto Diálogo, Pós-Doutor em Direito pela UERJ, Doutor em Sociologia pelo IESP/UERJ,Mestre em Sociologia pelo IUPERJ,Advogado formado pela UFF, Cientista Social formado pela UERJ, Membro Efetivo do IAB e da Academia Luso-Brasileira de Ciências Jurídicas, Senior Member da Inter-American Bar Association (IABA), Professor da UERJ, UCP, USU e AMBRA College, Autor de 34 livros.
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